Após
uma redução drástica no valor de sua conta de energia elétrica, o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou um programa de
incentivo à instalação de usinas solares por produtores rurais ou empresários.
A projeção é para que até 2030, 32% da matriz energética do país seja de
energia solar. Depois que inaugurou uma usina que supre 100% de seu consumo de
energia elétrica em Cuiabá, a conta de luz do Sebrae caiu de R$ 5 mil para R$
81.
O
consultor do Sebrae, Lucas Barbosa Moreira, é um dos engenheiros que atua neste
projeto. Ele afirma que o objetivo é aquecer este mercado e fazer com que o
empresário enxergue que se ele reduzir os custos de energia elétrica, sobrará
mais dinheiro para investir no seu negócio.
O
Programa de Energia Solar Fotovoltaica para Pequenas Empresas, o PLUZ, também é
voltado para os produtores rurais. O programa funciona através de uma parceria
do Sebrae com o Banco do Brasil e com a empresa WEG, que vende placas solares.
“O
Sebrae entra fazendo uma consultoria, o cliente entra em contato, demonstra
interesse, aí fazemos o primeiro atendimento. A gente vê qual é a potência da
usina que vai ser instalada, qual é o tempo de retorno, qual o valor que ele
vai investir, a área necessária para instalar, e tudo isso passamos para o
cliente. Aí se o cliente ficar satisfeito e quiser dar continuidade a próxima
etapa é o projeto elétrico, porque toda usina solar precisa de um projeto
elétrico, porque ela é conectada à rede, e então a Energisa tem que conhecer
que energia vai estar entrando na rede dela, se está tudo dentro das normas,
para ser aprovado”.
O preço
da consultoria é R$ 200. O Sebrae entra com um subsídio de 70% no valor do
projeto elétrico, fazendo com que, por exemplo, um projeto de R$ 5 mil custe
apenas R$ 1,5 mil ao empresário. A parceria com o Banco do Brasil funciona
através de financiamentos e com a WEG através de descontos nas placas.
De acordo
com Lucas, uma usina solar dura em torno de 25 anos e o seu retorno financeiro
está sendo, em média, de três a quatro anos.
“O
nosso objetivo é dar apoio às empresas e também transmitir conhecimento. Então
com este investimento você vai ficar 21 anos sem pagar energia”.
O
Sebrae já ofereceu mais de 16 cursos para empresários, para que eles
entendessem como funciona uma produção de energia solar na própria empresa,
tanto a parte legislativa quanto os benefícios. Esta ideia começou em 2013.
“Em
2013 nós fizemos uma missão técnica para a Alemanha, para conhecer, porque na
época a Alemanha era o país numero um na produção de energia solar no mundo.
Fomos para lá e voltamos com conhecimento de como funciona tanto na produção,
quanto na distribuição, e voltamos para o Brasil já provocados, porque o pior
pico de irradiação do Brasil, que fica em Santa Catarina, é maior que o melhor
da Alemanha”.
Lucas
afirma que o Brasil tem um potencial enorme para a produção de energia solar,
em especial o Estado de Mato Grosso, com sua grande extensão territorial. Em
2016 o Sebrae inaugurou a sua própria usina, que supre 100% do consumo. Por
causa disso, a redução na conta de energia foi drástica.
“Gastávamos
mais de R$ 5 mil de energia elétrica, nessa média. Nós instalamos a usina e
agora estamos pagando por volta R$ 81. Nós produzimos a nossa própria energia e
a Energisa distribui”.
A usina
solar produz a energia, mas esta deve ser ligada à rede e então devolvida pela
Energisa, que ainda não cobra por este serviço. Lucas ainda afirmou que o que
for produzido, que exceder o consumo, ficará de crédito para as contas
seguintes.
O
consultor afirmou que a projeção para 2030 é de que a matriz energética do
Brasil seja em 32% de energia solar e 29% de energia elétrica. De acordo com Lucas,
nos últimos dez anos houve uma redução de 80% nos custos para a instalação de
usinas, o que fez com que a quantidade aumentasse.
“Em
2016 haviam menos que cinco usinas em todo o estado de Mato Grosso, hoje
existem mais de 760 em funcionamento. Já em São Paulo há 6.308, tudo bem que lá
tem muitas pessoas, só que em extensão territorial, por exemplo, Mato Grosso é
o terceiro maior Estado, então a gente tem muito o que crescer ainda, tem
terreno, tem sol”.
Em 2015
a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançou a Resolução Normativa
687, que autorizou a produção de energia solar, e além disso autorizou o envio
do excedente para outra unidade. A transição para energias limpas virou um
compromisso do Sebrae.
“Em
2015 o Sebrae assinou um pacto com a ONU, que são os objetivos globais para o
desenvolvimento, são 17 objetivos e o sétimo é de energias limpas e acessíveis.
E é o que o Sebrae está fazendo, lançando programas para que as pessoas tenham
acesso a este tipo de energia”, disse Lucas.
Para
mais informações sobre o programa PLUZ, do Sebrae, o contato pode ser feito
pelo telefone 0800-57-0800 ou pelo site do programa.
FONTE:Noticias Net MT
Edição: Lauralice Portela
Olhar
Direto/Vinicius Mendes/Foto: Juliano Duarte